ENVC “O despedimento colectivo”, Dina Maciel Costa no Viana Welcome Center
Dina Maciel Costa, natural de Viana do Castelo, apresenta-se sem grandes rodeios, detentora de um percurso multifacetado, diletante, e uma elasticidade vocacional que a confunde e a levou inevitavelmente a explorar novas linguagens e áreas de conhecimento, desde o Direito, passando pelo Teatro e nos últimos anos o Desenho. Encontra no desenho uma arma de comunicação vital, interessa-se visceralmente por pessoas, trazendo para a sua sala de estar interior muitas dessas histórias de vida, viciada em emoções fortes, talvez por esse facto, e também por ver a vida como uma maratona imprevisível quando deu por si já tinha esboçado o presente trabalho sem “aviso prévio, nem carta registada”. Quando questionada sobre O DESPEDIMENTO COLECTIVO diz-nos abertamente que surgiu por impulso e consciência que ” um fenómeno só pode ser colectivo se for comum a todos os membros da sociedade ou, pelo menos, à maior parte deles” (Émile Durkheim). Afirma que todo este trabalho é um registo gráfico instintivo que nasceu inequivocamente a partir da atmosfera social densa vivida pela comunidade local no decurso da negociação da Subconcessão dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo. Este conjunto de ilustrações (elaboradas a partir das fotos de Egídio Santos) tentam captar as expressões vividas pelos vários intervenientes numa das mais complexas e controversas perdas de identidade, poder e autonomia local. Quis essencialmente e sem pretensão captar a expressão dos envolvidos, palavras como desilusão, impotência, incerteza, mágoa, consternação, perda de identidade e valores que marcam este período da história local e que a marcam também como testemunha e narradora de expressões. —— “Um manifesto plástico, mais que um perspetivar de Dina Maciel Costa é a razão deste encontro ou reencontro de rostos outrora dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo! Num modo de comunicar o presente, esta mostra de pintura, revela-nos aqui aquilo em que a atenção da autora recai, dirigindo paralelamente a nossa, como observadores ao mesmo ponto, os Estaleiros Navais de Viana do Castelo. É à arte que cabe traduzir parte da “existência” do nosso ser, pois, na realidade, trata-se de revelar o que não se pode dizer ou e exprimir através de palavras em nós, para além da participação banal e endurecida que nos liga ao mundo exterior, à vida social, mas que faz obstáculo a qualquer comunhão profunda. Desta forma, a autora destes “rostos cúmplices”, nos surpreende! Porém, como analisar estes rostos plásticos, de desilusão estampada no olhar desesperado, rostos de que se sentem o respirar, mais, a indignação, o ansiar, o nervoso de homens como que, a vibração da flecha já cravada no alvo e que ainda estremece numa velocidade imobilizada? Como explicar por palavras abstractas, o que é “magia”, como lhe chamava Delacroix? Para compreender melhor estes desenhos aguarelados da autora, temos que os ver e ler na sua manifestação mais simples, mais elementar! Vamos à linha, o primeiro recurso da arte! No campo geométrico a linha só existe, para permitir a definição de uma forma. Acompanhando o seu trabalho, denota-se uma forte base de tracejado inquieto, característico no seu desenho. E como quem “vive” a sua forma de representar, é dona de um movimento impulsivo e lírico no traço, transmitindo o seu testemunho humano como uma descarga, onde a linha apodera e enuncia o captar, a precisão de uma atitude, para sempre! Por sua vez, a cor em tons aguados mais do que a linha, transgride os limites abstratos. O que significa falar de um vermelho ou de um verde? Tão bem conseguida, nestas obras, a cor é simplesmente uma qualidade particular que, para se conhecer exige ser experimentada, aplicada sobre o suporte do trabalho. Cada cor percecionada torna-se um momento da nossa existência, um episódio da nossa sensibilidade. Nada melhor que o testemunho, presente nesta exposição! A arte como elemento significativo que é, assim é nos apresentada nestes personagens identificáveis, “de tal modo que dir-se-ia haver uma narração”, legível nas expressões destes homens, situada num enquadramento bem real da sociedade atual vianense! Dina Maciel Costa, com esta 1ª amostra de ilustrações, dá-nos a conhecer o seu registo gráfico instintivo, como referência a sua plasticidade!” Cipriano Oquiniame, Artista Plástico Março 2014 ——————- VIANA WELCOME CENTER Informação e Promoção Turística de Viana do Castelo ter. a dom. 10:00 – 18:00 Praça da Libertade (na rotunda) 4900 Viana do Castelo T: 258 098 415 vwc@vivexperiencia.pt www.vivexperiencia.pt/vianawelcomecenter |