“Que título? Pinto”, exposição de pinturas inéditas de Cipriano Oquiniame no Viana Welcome Center
Cipriano Oquiniame: Ver, Viver, Saber Pensa-se neste Homem e na sua Obra como Mestre Almada Negreiros nos ensinou já a pensar em “Nome de Guerra”: em Cipriano Oquiniame, transpostos que são o Número, o Nome, o Apelido… deparamos com uma Existência para lá dos limites do romance e da construção do romance. E porquê? Porque nele existe uma verdadeira consciência do que é: VER. Ver é estar e ser, existir. Ver é respirar, estando por dentro. Creio que Cipriano Oquiniame nasceu com esse dom de ver, VER muito para lá do lençol pueril do horizontal “olhar” que é apenas um convite e um bisturi nas mãos de uma criança que quer ir ao fundo das goelas das coisas e das suas estruturas, fundindo-se com a sua linfa, o seu sal ou o seu sangue, tornando-se nas coisas e nas estruturas, desvendando os seus melhores segredos e idiomas. VER não é segredo. Mas é dele. VIVER. E acreditem que viver é mesmo entrega. Calcorreámos já as ruas perfumadas e vivas de Vilarinho das Furnas, ouvindo o chiar das rodas dos carros de bois e das toadas dos pastores, e foi Cipriano Oquiniame quem me ensinou como o pão, como a ciência dos pastoreios, como o linho e o enxoval, como as corridas dos meninos e dos piões. Estivemos em Cachéu, e eu lhe ensinei os incêndios solares, as danças e as aventuras e os meninos selvagens e bons, e como as secas e as tempestades, como tudo é de todos e todos são de tudo, à chuva, ao sol, em liberdade. Acabámos rindo. Porque o que é verdadeiramente humano é universal. VIVER é com ele. Não tem feito outra coisa. SABER. Porque as linhas, os pontos, os traços, os planos, as intercessões dos planos e as projeções das sombras, a luz e o prisma fraccionando a luz, as paletas infinitesimais e escorregadias têm mesmo de saber qual o caminho traçado pelo compositor. E as oblíquas espantam-nos para fora das composições, as curvas paralelas afogam-nos em água e ar, as verticais são como ciprestes ao longo de uma via romana indicando loucas perspectivas lá para longe, bem longe, onde as horizontais se espraiam em mares de terra alentejana. É preciso saber, pois. E é preciso conhecer as estruturas tu-cá tu-lá. E as mais das vezes tu-lá tu-cá. E depois…fazer. Trabalhar. Dentro do labirinto, cá fora no jardim… Américo Carneiro. Informação e Promoção Turística de Viana do Castelo ter. a dom. 10:00 – 18:00 Praça da Libertade (na rotunda) 4900 Viana do Castelo T: 258 098 415 vwc@vivexperiencia.pt www.vivexperiencia.pt/vianawelcomecente |