“e.mi.gra.ção/êxodo”, Bruno Fonseca e João Maia no DINAMO10
“O Salto” (Bruno Fonseca) “Dar o salto” ou “ir de assalto”, são termos normalmente utilizados para denominar o fenómeno de emigração clandestina para França, que ocorreu sobretudo durante a década de 60. Este fenómeno foi de extrema importância sócio cultural para Portugal, pois para além dos contibutos trazidos pelos nossos emigrantes às suas terras de origem, ficou para sempre alterada a árvore genealógica francesa, onde hoje em dia se podem encontrar habitualmente nomes de família de origem portuguesa, fruto da herança das gerações pioneiras. Este trabalho procura resgatar uma memória visual viva, através de testemunhos de pessoas que fizeram parte dessa História, e de locais específicos utilizados para passar a fronteira, afectos a Vila Nova de Cerveira. O mesmo foi executado em uma câmara de médio formato 6×6 e com película analógica de 3200 ISO de sensibilidade.
“saída/way out” (João Maia) “Volvidas quatro décadas o fenómeno da emigração em grande escala volta a assombrar o país. A falta de emprego ou as más condições de trabalho ou a simples falta de perspetivas empurram de novo os portugueses para o “mundo”. Atualmente a emigração já não é clandestina, faz-se democrática e livremente, as noites frias passadas ao relento deram lugar ao conforto do ar condicionado, os dias ou semanas necessários para chegar ao destino resumem-se agora a apenas algumas horas de viagem, os “cordeiros” são hoje “passageiros”, os “passadores” deram lugar ao “check-in”, as “malas de cartão” converteram-se em “tróleis” e o “segredo” é hoje “partilha” mas, apesar de todas estas mudanças, a saudade e nostalgia mantem-se igual no espírito daqueles que saem ao encontro da tal oportunidade. Para este trabalho parto da incerteza que tal decisão carrega na hora de partida, incerteza que é como uma cortina que nos permite apenas adivinhar o desconhecido ”
– Bruno Fonseca é um fotógrafo português nascido em 1972. Seguindo a sua grande paixão, fez o curso profissional de fotografia no Instituto Português de Fotografia (IPF) entre 2005 e 2007, tendo de imediato começado a trabalhar como freelancer. Vive em Angola desde 1995, começando a colaborar com a Agência de Notícias Portuguesa (LUSA) até 2011, sendo representado pela Agência 4SEE desde 2012. Viajante apaixonado, as suas fotos capturam o novo, a surpresa e respondem aos sentidos: Olhar, pela primeira vez, sentir, pela primeira vez, apaixonar-se pela primeira vez. O seu trabalho na fotografia documental, tem incidido sobretudo nos aspectos sociais e culturais de comunidades em Portugal e Angola. Esteve presente em exposições colectivas e individuais em Portugal, Eslováquia, Angola e Austrália e o seu trabalho vem sendo publicado regularmente nos principais jornais/revistas portugueses e em vários meios de comunicação internacionais. Participou numa Residência Artística da Fundação Bienal de Cerveira, tendo desenvolvido um trabalho documental de memória sobre o Salto: Fenómeno de emigração clandestina para França na década de 70, tendo sido seleccionado para estar presente na XVIII Bienal de Cerveira de 2015. Desde Maio de 2013 encontra-se a desenvolver um trabalho documental de longo termo designado Out of Box, recentemente exibido no Camões/Centro Cultural Português em Luanda, Angola. – João Maia, fotografo português, estudou no Instituto Português de Fotografia entre 2005/07 após estudar direito. estagiou no estúdio “Pedro do Canto Brum – fotografia industrial e publicitária” em 2008. Desde 2009 trabalha como fotografo e ilustrador freelancer. Realizou exposições colectivas e individuais em Portugal, Brasil e Espanha.
– DINAMO10 Rua do Trigo, 55. 4900-333 Viana do Castelo, Portugalseg – sex: 9:00 am – 12:30 pm, 2:00 pm – 7:00 pm | sáb: 9:00 am – 12:30 pm
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