TAG MY WALL, intervenção do Público
Eis que o curador Pedro produz mais uma investida em torno do Minimalismo e da Arte Povera e propõe uma conceptualização alargada da participação do Público na produção semiótica da obra, numa inversão de papéis na linha da proposta inicial de Eco. Denota-se a sua atenção aos desenvolvimentos mais recentes da neuro-estética, na apropriação que faz do remapeamento neuronal ao baralhar a função do receptor e do produtor. Desengane-se quem pensa que ele opta pela via mais concreta de enunciação, destaco que ele poderia ter apelidado o trabalho de “Parede”, porque o seu mérito alonga-se à forma como o título pós-moderno alarga as fronteiras de cada estilo. Entre o highbrow e o lowbrow, esta intervenção mostra-se capaz de uma ocupação transversal dos espaços de individuação e de produção da identidade, relembrando-nos que a gramatologia da escrita é sempre a base fundamental da produção do eu numa espécie de suplementaridade interiorizada. Pena que o lado performativo não seja mais explorado. |